In the Heart of the Young representa um passo além em diversos quesitos para o Winger. Se o antecessor havia alcançado a 21ª posição na Billboard, o segundo disco beliscou a 15ª. Mais seguro e experiente, Kip passou a explorar outras facetas de sua voz e soube impor-la com mais personalidade, tornando-se um intérprete melhor. As influências progressivas, que já eram evidentes na execução instrumental de Winger, ganharam contornos ainda mais bem definidos neste álbum, vide aquela tida por muitos como sua melhor canção, “Rainbow in the Rose”, que soa melhor do que quase todas as experiências pop feitas pelos músicos de rock progressivo dos anos 1970 durante a década de 1980, vide bandas como Asia, Genesis e Yes. Rod Morgenstein, em especial, faz jus a seus discos com o Dixie Dregs e a Steve Morse Band, exibindo técnica invejável enquanto distribui porrada em seu kit. A faixa-título, que encerra o álbum, também deixa evidente que, ao contrário da maioria dos seus contemporâneos, talvez o Rush fosse mais importante que o Aerosmith em seu rol de influências. Em geral, In the Heart of the Young é um belo passo além no quesito composição, conseguindo aliar a capacidade de sobra que os músicos tinham com uma deliciosa acessibilidade, uma receita capaz de seduzir segmentos distintos de público. É claro, também há hard rock sem frescuras no track list, vide músicas como “Can’t Get Enuff”, “Loosen Up” e “Easy Come Easy Go”, todas com refrões de fácil assimilação e prontas a seduzir fãs de bandas como Def Leppard, Warrant, Poison e afins. É em In the Heart of the Young que se encontra aquele que é, disparado, o maior sucesso do Winger no Brasil, a balada “Miles Away”, composta por Paul Taylor. Parte da trilha sonora da novela “Felicidade”, da TV Globo, a música tornou-se sinónimo de Winger no País e ficou conhecida até mesmo daqueles que até hoje não fazem ideia de quem a interpreta. Dona de um belo solo de guitarra e de um refrão empolgante, “Miles Away” continua sendo merecidamente executada em muitas rádios por aí. Outros destaques claros são “In the Day We’ll Never See”, em um tom mais sério que o habitual e evidenciando as linhas de guitarra de Reb Beach, e “You Are the Saint, I Am the Sinner”, colocando toda a exuberância instrumental do grupo a favor de uma música verdadeiramente divertida, que ficou ainda melhor no disco ao vivo Winger Live (2007). Como curiosidade, cito ainda “Baptized By Fire”, que traz, além de um breve solo de baixo em sua introdução, um trecho em forma de rap executado por Kip. O sucesso de In the Heart of the Young rendeu, além de centenas de shows pelo mundo, os últimos momentos de glória vividos pelo grupo, pois não demoraria muito para que o hard rock oitentista perdesse força no mainstream, fazendo com que vendas e público minguassem. Além disso, Paul também deixaria o Winger após o término de sua turnê.
Fonte
http://consultoriadorock.com/2013/12/15/discografias-comentadas-winger-2/
Temas:
01 - Can't Get Enuff
02 - Loosen Up
03 - Miles Away
04 - Easy Come Easy Go
05 - Rainbow In The Rose
06 - In The Day We'll Never See
07 - Under One Condition
08 - Little Dirty Blonde
09 - Baptized By Fire
10 - You Are The Saint, I Am The Sinner
11 - In The Heart Of The Young
12 - All I Ever Wanted (bonus track)
13 - Can't Get Enuff [edit] (bonus track)
Banda:
Kip Winger – vocals, bass, keyboards
Reb Beach – guitars, vocals
Rod Morgenstein – drums and percussion
Paul Taylor – guitars, keyboards, vocals
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