segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Jeet Kune Do - First Strike (2025) Suécia

Os Jeet Kune Do, nomeados em homenagem à filosofia de artes marciais de Bruce Lee, surgiram em 2021 a partir de músicos experientes da cena rock sueca. First Strike, lançado a 24 de Outubro de 2025 pela King2Music Records, é o seu álbum de estreia e cumpre o que o título promete: um ataque direto e potente de Hard Rock Clássico.

O Som: Rock 'n' Roll Old-School com Grito Sueco

A Suécia tem uma longa tradição de excelência em Hard Rock Melódico (pense em Europe, H.E.A.T., Eclipse), e os Jeet Kune Do baseiam-se nessa herança, mas com um foco particular nas raízes mais cruas e viscerais do Rock Clássico.

  • Hard Rock Puros e Duro: O som é descrito como meat and potatoes rock 'n' roll (Rock 'n' Roll puro e simples, direto ao assunto). A banda assume influências de gigantes como Kiss e Whitesnake, entregando um som com forte inclinação para as décadas de 70 e 80, mas com uma produção moderna e clean.

  • Músicos Experientes: A banda é composta por músicos experientes que já integraram projetos como Electric Earth e The Hellacopters (banda relacionada, dado o guitarrista Tommy Svensson ter estado em Gooseflesh e outros membros em Kapten Kermit/Miss Willis, grupos na mesma cena), o que se traduz numa precisão técnica notável e numa grande coesão.

  • Vocais Impactantes: Uffe Andersson nos vocais é um ponto de referência. A sua performance é fenomenal, equilibrando a ferocidade com as melodias cativantes típicas do Rock/AOR escandinavo, mas mantendo a atitude vintage.

  • Riffs Afiados e Groovy: O álbum é marcado por riffs cortantes e ritmos groovy que convidam imediatamente a abanar a cabeça. A banda aposta numa escrita de canções que é direta e cheia de ganchos melódicos.

Destaques das Faixas

O álbum é elogiado por ser consistente e ter vários momentos que funcionam como "golpes certeiros" do rock.

  • "I Am Your Doctor": Uma faixa de abertura poderosa que, juntamente com "Fly Away" e "Down Down", é descrita como indo "direto ao ponto" (ou auf die Zwölf, em alemão), mostrando a faceta mais Hard e imediata da banda.

  • "Moves Like a Cat": Uma canção com um toque mais sexual e uma energia que lembra o glam rock e sleaze rock, que é apontada como um potencial sucesso ao vivo.

  • "U Got It": Esta faixa, tal como outras, demonstra a força do AOR/Melodic Hard Rock com refrães infecciosos e uma melodia forte.

O Veredito

First Strike é um excelente primeiro golpe da banda Jeet Kune Do. É um álbum que, embora não reinvente a roda, oferece um Hard Rock Clássico perfeitamente executado e com uma atitude inegável.

A banda sueca demonstra que o Hard Rock está vivo e com força, apostando numa abordagem direta, intensa e com ganchos melódicos de primeira linha. Para um álbum de estreia, é um trabalho maduro e coeso.

Se procura o som clássico do Hard Rock dos anos 80, sem adornos e com muita energia, este álbum é definitivamente "o pontapé inicial de que precisava".

Classificação: Bom (Média de 7.8/10)

Recomendado para: Fãs de Hard Rock Escandinavo (Europe, H.E.A.T., Eclipse), e entusiastas de Rock Clássico Old-School (Kiss, Whitesnake, AC/DC).


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Rick Hughes - Redemption (2025) Internacional

Redemption, lançado a 24 de Outubro de 2025 pela Deko Entertainment, é mais do que apenas um álbum a solo; é uma declaração de força, resiliência e a evolução de um vocalista. Rick Hughes, conhecido pela sua voz potente e alcance vocal (comparado a figuras como Ronnie James Dio e Rob Halford, mas com uma veia melódica), apresenta uma coleção de Hard Rock que é melódico, por vezes pesado, mas sempre autêntico e real.

A Produção e as Colaborações de Estrelas

Hughes não poupou esforços para fazer deste álbum uma obra de alta qualidade, contando com a produção do lendário John Webster (Aerosmith, Mötley Crüe, AC/DC). O resultado é um som polido, potente e épico, que captura a essência crua do Rock.

O maior destaque do álbum reside na impressionante lista de colaboradores, que inclui verdadeiras lendas do Rock:

  • Tommy Aldridge (Bateria)

  • Rudy Sarzo (Baixo)

  • Brad Gillis (Guitarra - Night Ranger)

  • Robby Krieger (Guitarra - The Doors)

  • Lee Aaron (Vocalista)

  • Amy Keys (Vocalista de apoio)

O Som: Uma Jornada de Rock Diversificada

O álbum é uma jornada temática que, segundo Hughes, reflete "um capítulo da minha vida, do caos à clareza". A música é descrita como refletindo "redenção, coragem e verdade".

  • Hard Rock Powerhouse: O álbum tem uma forte base de Hard Rock, mas a versatilidade de Hughes permite-lhe explorar diferentes matizes, desde o Rock mais suave e melódico até ao Heavy Metal mais musculado.

  • O Lado Bilingue: Refletindo as suas origens canadianas (Quebec), o álbum inclui canções em Inglês, Francês e até algumas bilingues, adicionando um elemento de versatilidade e charme único.

  • A Versão de "The Real Me": O primeiro single e vídeo, uma versão super-carregada do clássico dos The Who, é um momento de Supergroup. Esta faixa reúne a lendária secção rítmica do Ozzy Osbourne da tour "Speak of the Devil" (Aldridge, Sarzo e Gillis) pela primeira vez em 43 anos, mostrando uma potência sonora esmagadora e celebrando o rock da era de ouro dos anos 70.

Destaques das Faixas

  • "The Real Me": Uma homenagem épica aos The Who, onde Hughes afirma estar "a recuperar tudo o que uma vez o quebrou", com uma intensidade vocal e instrumental elevadíssima.

  • "Croire en l'Homme" (com Lee Aaron): Uma das faixas que demonstra a colaboração e a versatilidade linguística, com a participação da rocker canadiana Lee Aaron.

  • "Will of the Gun": Uma canção descrita como um soft rocker incrível, mostrando a capacidade da banda de recuar na intensidade para dar mais ênfase à melodia e à emoção.

  • "Someday": Uma faixa de grande significado emocional, inspirada na perda seguida pelo nascimento, que já foi gravada por Aldo Nova (co-escrita com Jon Bon Jovi) e que Hughes finalmente grava na sua própria voz.

  • "Dans La Peau" (com Robby Krieger): Apresenta o extraordinário talento do lendário guitarrista dos The Doors, adicionando uma profundidade e textura únicas à faixa.

Conclusão

Redemption é um álbum muito especial. Com 7 faixas em Inglês, 1 bilingue e 2 em Francês, não é apenas uma coleção de canções; é um trabalho pessoal e emocionalmente carregado, suportado por alguns dos melhores músicos da história do Rock. Rick Hughes reafirma o seu lugar como uma das vozes mais autênticas e potentes do Hard Rock internacional.

Para os fãs de Rock Clássico, Hard Rock Melódico e Power Metal que valorizam uma performance vocal apaixonada e técnica, Redemption é um álbum espetacular e imperdível.

Recomendado para: Fãs de Hard Rock Clássico (Dio, Bon Jovi), Melódico (AOR) e apreciadores da fusão do Heavy Metal com grandes refrões.


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Memories Of Old - Never Stop Believing (2025) UK

Never Stop Believing, lançado a 24 de Outubro de 2025 pela Limb Music, é o sucessor do aclamado álbum de estreia The Zeramin Game (2020) da banda britânica de Epic Symphonic Power Metal Memories Of Old. Apesar das mudanças na formação, este segundo álbum é uma continuação de primeira classe, marcada pela excelência na composição, melodias grandiosas e uma produção cinematográfica.

O Som: Épico, Sinfónico e Neoclássico

O álbum não hesita em entregar tudo o que se espera do género: narrativas de fantasia, orquestrações majestosas e velocidade implacável.

  • Power Metal de Excelência: O som é uma fusão do Power Metal melódico europeu com arranjos orquestrais exuberantes, criando paisagens sonoras vastas e épicas. O génio da banda, Billy Jeffs (bateria, guitarras, teclados e orquestrações), demonstra a sua mestria, citando influências que vão de Yngwie Malmsteen (no trabalho de guitarra neoclássica) a Freddie Mercury (no sentido dramático e melódico).

  • Nova Voz, Novo Impacto: A entrada do vocalista americano Noah Simmons em 2024 é um ponto alto. A sua voz poderosa e versátil, capaz de atingir notas altas com facilidade, encaixa-se perfeitamente no estilo. A sua entrega combina o garra do Hard Rock com a amplitude do Power Metal clássico, dando à banda uma identidade vocal fresca e forte.

  • Guitarras em Destaque: O reforço com Wayne Dorman (ex-Onslaught) nas guitarras a solo adiciona uma camada de qualidade técnica. O álbum está recheado de solos estelares, que se destacam perfeitamente sobre os fundos sinfónicos.

  • Produção Impecável: Misturado e masterizado em Londres, o álbum tem uma produção impecável. As orquestrações e os elementos sinfónicos estão perfeitamente integrados, e o som é imponente e pesado.

Destaques das Faixas

O álbum é concebido com um fio condutor temático, fazendo com que a audição integral seja uma experiência cinemática.

  • "The Turn of a Page" (Intro) / "Never Stop Believing": A abertura instrumental estabelece um ambiente de Hollywood épico, fluindo diretamente para a faixa-título. Embora partilhe o nome com um clássico de AOR, o Power Metal épico da banda apresenta temas de força interior e heroísmo com uma abordagem motivacional e fantástica.

  • "Guardians of the Kingdom": Uma faixa mais tradicional, reminiscente das lutas épicas no estilo de Tolkien, que é claramente feita para incendiar os concertos.

  • "After the Storm": Descrita como soando muito ao estilo de "The Final Countdown" dos Europe, é uma faixa extremamente divertida, catchy e cheia de energia.

  • "Life Begins Again": Apontada por muitos como a faixa favorita do álbum, é o exemplo perfeito da "balada definitiva de Power Metal". Demonstra a capacidade vocal de Simmons e combina riffs, batida de bateria e melodias orquestrais para criar um momento emocionalmente poderoso.

  • "Journey to the Stars": O épico de encerramento (com mais de 8 minutos) volta a crescer e a construir camadas de som, proporcionando um final de grande escala para o disco.

O Veredito

Never Stop Believing é uma prova de que a espera valeu a pena. O Memories Of Old regressa sem perder qualidade, entregando uma obra que está literalmente repleta de hinos e emoções. O álbum consegue transportar o ouvinte para o seu mundo de fantasia, com uma dedicação total ao género.

É um álbum que será apreciado não só por fãs de Power Metal Sinfónico, mas também por aqueles que gostam de Hard Rock melódico e Metal Progressivo. É um disco que fica melhor a cada audição e cimenta a reputação da banda britânica.

Nota: Bom (8/10)

Recomendado para: Fãs de Rhapsody of Fire, Power Quest, Stratovarius, e qualquer pessoa que aprecie Heavy Metal com orquestrações grandiosas e uma produção cristalina.

sábado, 25 de outubro de 2025

Heavy Pettin - Rock Generation (2025) UK

Rock Generation é o primeiro álbum de estúdio dos rockers escoceses Heavy Pettin em mais de 30 anos (desde Big Bang de 1989), sendo lançado pela Silver Lining Music. Formados em Glasgow no auge da New Wave of British Heavy Metal (NWOBHM), o seu som sempre se situou no ponto de encontro entre o Heavy Metal potente de Saxon e a acessibilidade melódica de Def Leppard e o Hard Rock americano.

Este álbum de regresso pretende reafirmar o legado da banda, transportando a sua sonoridade clássica para o século XXI.

O Som: Hard Rock Clássico e Hinos Antémicos

Rock Generation é o som de uma banda veterana a reconectar-se com as suas raízes e, ao mesmo tempo, a fazer uma declaração para o presente.

  • Foco no Hard Rock Melódico: O Heavy Pettin sempre foi um pouco o "ovelha negra" da NWOBHM, abraçando o lado mais melódico e com refrões glam sem perder a garra. Este novo álbum mantém essa abordagem. A banda aposta em canções robustas, cheias de riffs firmes, refrões cativantes e um elevado valor de produção, demonstrando que a sua química na composição permanece intacta.

  • Energia "Sunset Strip": Embora sejam de Glasgow, a atitude e o som das faixas misturam a garra do Metal britânico com o punch polido do Hard Rock do Sunset Strip, o que faz com que as canções soem simultaneamente cruas e de "classe".

  • Banda "Battle Hardened": O álbum soa como uma banda que tem longos anos de experiência, tocando com raiva e precisão. A nova formação e a energia geral indicam que o hiatus de décadas não esmoreceu o seu fogo.

Destaques das Faixas

  • "Rock Generation" (Título): É descrita como uma faixa com um "andar anthemic a abanar as ancas" (hip swinging anthemic swagger). É o tipo de canção que estabelece o tom para a celebração e o regresso ao palco.

  • "Line in the Sand": Uma das faixas de destaque, é descrita como melancólica e conduzida por riffs, que culmina num refrão triunfante e pronto a ser cantado em coro (triumphantly singalong-ready chorus).

  • "Oblivion": Apresenta vocais de convidada de Roni Lee e, segundo alguns críticos, carrega um verdadeiro "balanço Celta" no seu groove e um refrão viciante.

  • "X-Rated": É um excelente exemplo de como o álbum funde a atitude das ruas de Glasgow com o estilo Hard Rock americano.

O Veredito

O desafio para qualquer banda veterana que regressa após décadas é o de criar um álbum que não soe nem demasiado nostálgico nem que tente desesperadamente ser moderno. Rock Generation parece conseguir esse equilíbrio.

É um álbum que é uma "saudável homenagem às suas raízes clássicas" e oferece uma série de canções fortes que ressoam com a mesma energia pela qual eram conhecidos nos anos 80. É um álbum que, após anos de silêncio, "bate com mais força e mais alto" do que muitos poderiam esperar. Para os fãs de longa data, é um banquete; para os recém-chegados, é uma masterclass de Hard Rock do início dos anos 80, bem executado.

Recomendado para: Fãs de NWOBHM (o lado mais melódico), Def Leppard (início), Saxon, e Hard Rock/AOR dos anos 80 com refrões épicos. O Heavy Pettin prova que a sua "Geração Rock" ainda está viva.



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