terça-feira, 30 de dezembro de 2025

BTL (Beyond The Labyrinth) - The Game (2025) Bélgica

O álbum "The Game" (2025), dos belgas Beyond the Labyrinth (BTL), marca um momento de celebração e maturidade para a banda liderada pelo guitarrista e compositor Geert Fieuw. Lançado oficialmente em 22 de novembro de 2025, o disco foi amplamente divulgado e aclamado em portais especializados, consolidando o grupo como uma das vozes mais consistentes do Rock Melódico e Progressivo europeu.


Beyond the Labyrinth – The Game (2025)

Sonoridade: Onde o AOR encontra o Prog

Em The Game, os BTL refinam a fórmula que os tornou conhecidos: uma mistura equilibrada de AOR (Adult Oriented Rock) clássico com a sofisticação técnica do Rock Progressivo. O álbum evita a complexidade excessiva em favor de melodias fortes, mas mantém camadas instrumentais que recompensam o ouvinte atento.

  • Produção: A produção é moderna e polida, destacando o trabalho de teclados atmosféricos e o timbre de guitarra característico de Fieuw.

  • Performance Vocal: Filip Lemmens entrega uma performance sólida, navegando entre momentos de pura energia rockeira e passagens mais introspectivas, como na balada final.

Destaques das Faixas

O álbum é estruturado para levar o ouvinte por diferentes estados de espírito:

  • "Play The Game": A faixa de abertura que dá o tom do disco — energética, com um refrão "chiclete" e uma base rítmica pulsante.

  • "The Light Pt. I & II": Dividida em "The Dying Of The Light" e "This Guiding Light", esta sequência é o coração progressivo do álbum, mostrando a capacidade da banda de construir atmosferas épicas e narrativas musicais.

  • "Haunted House": Uma das faixas mais longas e trabalhadas, com nuances que remetem ao som de bandas como Saga ou Asia.

  • "My Favourite Mistake": Uma canção de rock melódico direto que funciona como um dos singles potenciais do disco.

Veredito Final

The Game é um álbum que "joga" com as emoções do ouvinte. É técnico sem ser frio e melódico sem ser superficial. Para os seguidores do Rock Melódico que apreciam uma pitada de inteligência progressiva, este lançamento de 2025 é uma paragem obrigatória. Os BTL provam que, após décadas de estrada, ainda têm cartas na manga para surpreender.

Recomendado para: Fãs de Saga, Magnum, Asia e do Rock Melódico belga clássico.

terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Atakhama - Time (2025) Internacional

O álbum "Time" (2025) marca a estreia da banda internacional Atakhama, um projeto que não deve ser confundido com a antiga banda de metal extremo da Finlândia. Esta nova encarnação é um supergrupo internacional que une talentos da Suécia, Chile, Brasil e Lituânia, resultando num som polido que transita entre o Metal Melódico contemporâneo e o Metal Sinfónico.

Formação e Estilo

A banda conta com uma formação de peso:

  • Eric Galdyanz (Vocais - Chile): Cuja voz é frequentemente comparada à de Bruce Dickinson (Iron Maiden).

  • Raphael Mattos (Guitarra - Brasil): Traz um virtuosismo técnico e melódico.

  • Magnus Rosen (Baixo - Suécia): Ex-membro dos Hammerfall, garantindo linhas de baixo potentes e ricas.

  • Fabio Buitvidas (Bateria - Brasil/Lituânia): Completa a cozinha rítmica com precisão.

Musicalmente, "Time" é um álbum equilibrado. Ele funde guitarras pesadas com arranjos sinfónicos, pianos e orquestrações, evocando influências de bandas como Queensrÿche (era Mindcrime), Dream Theater, Iron Maiden e Khymera.

Destaques do Álbum

O disco é descrito como uma jornada melódica e pesada. Algumas faixas que merecem atenção especial são:

  • "Make Believe" e "Landlords": Mostram o lado mais direto e melódico do grupo.

  • "Ashes": Uma metal ballad que se destaca pelo solo de guitarra impressionante.

  • "Nature's Cry": O encerramento épico do álbum e um dos seus maiores pontos altos.

  • "Time": A faixa-título que encapsula bem a proposta sonora da banda, unindo atmosfera e peso.

Veredito

"Time" é considerado uma das estreias mais fortes de 2025 no género. Com uma produção iniciada remotamente durante a pandemia e finalizada com maestria, o álbum entrega composições inteligentes, vocais de alto nível e um virtuosismo que nunca sacrifica a melodia. É uma recomendação obrigatória para fãs de Heavy Metal clássico e progressivo que procuram um som moderno e bem produzido.

Now Or Never - The Legacy (2025) Internacional

Lançado a 5 de dezembro de 2025 pela Metalapolis Records, The Legacy é o quarto álbum de estúdio da banda franco-dinamarquesa/suíça Now Or Never. Após um hiato e mudanças na formação, o grupo entrega o que o guitarrista Ricky Marx descreve como o seu trabalho "mais pesado e ambicioso até à data".

A Nova Era: Peer Johansson na Voz

A grande mudança neste álbum é a entrada do vocalista Peer Johansson (conhecido pelo seu trabalho com Fate e The Grandmaster), substituindo Jo Amore.

  • Estilo Vocal: Johansson traz uma tonalidade mais rouca e agressiva, sendo comparado a lendas como Jon Oliva (Savatage) ou Eric Adams (Manowar). Esta mudança altera a dinâmica da banda, afastando-se do tom mais melódico anterior para um Power Metal de "aço inoxidável" e determinado.

O Som: "Full-on Metal" e Produção de Elite

Diferente do álbum anterior (III), que tinha uma vibração mais moderna e experimental, The Legacy foca no Metal puro e direto.

  • Composição Musculada: O álbum conta com 13 faixas, sendo quase todas de ritmo acelerado ou médio-pesado. Ricky Marx (ex-Pretty Maids) assumiu também os teclados, criando camadas densas de guitarras (até 5 camadas em algumas faixas) que dão ao disco uma sonoridade "larga e potente".

  • Produção de Jacob Hansen: A mistura e masterização ficaram a cargo do renomeado Jacob Hansen, o que garante um som moderno, brilhante e com uma clareza que realça a técnica dos músicos.

Destaques das Faixas

  • "Burning Daylight": A abertura do álbum é um ataque de Power Metal veloz, estabelecendo imediatamente o tom agressivo do disco.

  • "Dive Into The Void": O primeiro single, uma faixa energética sobre correr riscos, que se destaca pelo seu groove e refrão forte.

  • "Remember Icarus": Descrita como um "monstro do groove", a canção aborda temas de liderança falsa e egos inflados, com uma base rítmica muito sólida.

  • "Hide Behind The Screen": Um "groovesmasher" com uma atmosfera futurista e riffs de guitarra muito marcantes.

  • "The Letter": A balada obrigatória do álbum, que traz um momento de introspeção antes de regressar ao peso.

O Veredito Final

The Legacy é um álbum de reafirmação. Embora a saída de Jo Amore possa ser sentida pelos fãs da fase inicial, Peer Johansson prova ser um sucessor à altura, trazendo uma energia renovada e mais "feroz". A influência de Pretty Maids (natural dada a história de Marx) ainda está presente, mas o Now Or Never soa aqui mais próximo do Metal clássico europeu (estilo Primal Fear ou Brainstorm) do que nunca.

É um disco recomendado para quem aprecia o equilíbrio entre a melodia do Hard Rock e a agressividade do Heavy Metal moderno, executado por músicos veteranos que sabem exatamente como construir um hino de metal.

Destaques: "Burning Daylight", "Dive Into The Void", "Hide Behind The Screen". Recomendado para: Fãs de Pretty Maids, Fate, Savatage e Power Metal clássico.


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domingo, 7 de dezembro de 2025

Erik Gronwall - Eriksplanations Vol. 3 (2025) Suécia

Eriksplanations Vol. 3, lançado a 5 de dezembro de 2025, é o terceiro volume da série de covers de Erik Grönwall, o ex-vocalista dos H.E.A.T e Skid Row. Este projeto nasceu do sucesso dos seus vídeos no YouTube, onde Erik interpretava canções clássicas que o inspiraram a tornar-se músico.

O Conceito: Homenagem e Maestria Vocal

Este não é um álbum de material original, mas sim uma coleção de reinterpretações de alta qualidade, que servem para mostrar a versatilidade e a potência vocal inconfundíveis de Grönwall.

  • Foco: O álbum apresenta uma seleção de canções clássicas de bandas icónicas como Europe, Alice Cooper, Deep Purple, Black Sabbath, bem como alguns clássicos não-Rock e hinos natalícios, demonstrando um vasto leque de influências.

  • Produção Sueca de Excelência: À semelhança dos volumes anteriores, Erik trabalhou novamente com o seu ex-colega de banda nos H.E.A.T, Jona Tee, que toca a maioria dos instrumentos e é o produtor. Esta colaboração garante uma produção polida e moderna que honra a essência do Hard Rock/Metal Melódico.

  • Músicos Convidados: O álbum conta com a participação de músicos talentosos da cena sueca de Rock, incluindo Jens Anderson (Crazy Lixx) no baixo e Dave Dalone na guitarra, garantindo a excelência instrumental que acompanha os vocais de Erik.

Destaques das Faixas

A tracklist do Volume 3 é notavelmente diversa e ambiciosa, permitindo que Erik demonstre as suas habilidades em vários géneros:

Faixa

Artista Original

Género

Destaque

"Rising Force"

Yngwie Malmsteen

Metal Neoclássico

Uma prova da capacidade de Erik em dominar o território Metal de alta oitava e tecnicidade.

"Poison"

Alice Cooper

Hard Rock / Glam

Uma reinterpretação carregada de atitude, fiel à energia teatral do original.

"Highway Star"

Deep Purple

Hard Rock / Rock Clássico

Um desafio vocal e instrumental que exige precisão e potência.

"Sabbath Bloody Sabbath"

Black Sabbath

Heavy Metal Clássico

Demonstra a capacidade de Erik em lidar com material mais pesado e riff-driven.

"The Final Countdown"

Europe

AOR / Hard Rock

O hino sueco que Erik, como sueco e ex-membro dos H.E.A.T., está perfeitamente equipado para elevar.

"I Will Always Love You"

Dolly Parton / Whitney Houston

Pop / Balada

Uma escolha inesperada que permite a Erik mostrar o seu alcance vocal em registos mais suaves, uma caraterística já conhecida desde o seu tempo no Swedish Idol.

"Oh Holy Night" / "O helga natt"

Hino de Natal

Balada Clássica

Duas versões do mesmo hino (uma em inglês e outra na sua língua nativa, sueco), destacando a sua emotividade e versatilidade.

O Veredito Final

Eriksplanations Vol. 3 é mais do que apenas um álbum de covers; é uma carta de amor ao Rock Clássico e um escaparate do que muitos consideram ser uma das melhores vozes da Suécia no Melodic Rock. Com a sua produção de alta qualidade e uma seleção de faixas que se recusa a ser previsível, o álbum é essencial para os fãs que acompanharam a sua carreira nos H.E.A.T e Skid Row, e para qualquer pessoa que aprecie a excelência vocal aplicada ao cânone do Hard Rock.

O próprio Erik sugeriu que este pode ser o último volume da série, pois planeia focar-se no seu material original, tornando este um lançamento obrigatório para encerrar a trilogia de covers.

Recomendado para: Fãs de H.E.A.T, Skid Row, e entusiastas do Rock Melódico que apreciam covers que são executadas com reverência e poder.


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