sábado, 1 de novembro de 2025

Cold Forged - Blood Of My Blood (2025) Alemanha

Os Cold Forged (com uma banda homónima "Forged In Blood" que surge nas pesquisas) parecem ser uma força emergente na cena Metal alemã, e o seu álbum Blood Of My Blood surge no cenário para cimentar uma sonoridade que já havia sido introduzida na sua estreia anterior (Letter To Self, de 2024).

O Estilo: Power e Thrash Agressivo

O som dos Cold Forged é claramente enquadrado no Power Metal europeu com uma forte e agressiva vertente Thrash Metal. Eles parecem seguir a linha de lendas alemãs como os Rage, que são conhecidos por fundir o Power Metal épico com a agressividade do Thrash.

  • Fúria e Velocidade: O álbum está carregado de velocidade e fúria, projetado para induzir headbanging de natureza "violenta".

  • Ritmo Eletrizante: As faixas são infecciosas, trovejantes e mantêm um ritmo pulsante, uma marca registada do Power Metal no seu melhor.

Destaques e Impressões Iniciais

Embora uma lista completa de faixas e análises pormenorizadas do álbum em si sejam limitadas, as críticas preliminares e o estilo da banda sugerem os seguintes pontos fortes (baseados em faixas semelhantes e na sua reputação):

  • Power Metal de Pura Raça: Faixas como as que se esperam dos Cold Forged (baseado em descrições de outras músicas) prometem Power Metal icónico, cheio de potência, ritmo e groove. A sua música não perde tempo em arranques velozes e riffs ferozes.

  • Agilidade no Género: A banda mostra uma capacidade de transição entre o Power Metal melódico e o Thrash Metal mais puro. O material não é previsível, oferecendo uma jornada mística de descoberta que mistura o som mid-tempo de Thrash com elementos de Hard Rock melódico.

  • Potencial Épico: A capacidade de serem simultaneamente majestosos e épicos, utilizando melodias que elevam o som, é um elemento chave do seu estilo.

Conclusão

Blood Of My Blood (2025) parece ser uma escalada ambiciosa e rápida na carreira dos Cold Forged. O álbum aposta no que a banda faz melhor: um Massacre Power/Thrash viciante e potente. É uma audição obrigatória para quem procura o som Metal europeu que mantém um pé na melodia e outro na agressividade do Thrash.

Este álbum é um testemunho da paixão da Alemanha pelo Metal de alta octanagem e merece ser ouvido repetidamente.

Recomendado para: Fãs de Power Metal Alemão com um toque Thrash (Rage, Blind Guardian, Iced Earth).

Aquilla - Sentinels Of New Dawn (2025) Polônia

O álbum Sentinels Of New Dawn da banda polaca Aquilla, lançado a 31 de Outubro de 2025 pela High Roller Records, é uma explosão de Metal que cruza as linhas do Power, Thrash, Speed e Metal Tradicional. Depois de uma década em atividade na cena local, este álbum visa firmar o seu lugar no cenário metal internacional, superando as deficiências de produção do seu trabalho anterior.

Os Aquilla são descritos como uma banda promissora da Polónia que combina a NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal) com o Speed Metal tradicional para criar a sua própria marca de metal letal com temática de espaço.

A Jornada Temática e Musical

  • Conceito de Ficção Científica Épica: O conceito lírico continua a história do álbum de estreia de 2022, Mankind's Odyssey. O universo inventado pela banda acompanha os últimos remanescentes da humanidade numa missão para encontrar um novo lar num planeta distante. Esta temática de ficção científica épica, inspirada em filmes como 2001: Odisseia no Espaço, Duna e Blade Runner, é refletida na grandiosidade e nos riffs "espaciais" da música.

  • Foco no Old-School: Após sentirem que a produção do seu álbum anterior era "demasiado robótica", os Aquilla abordaram Sentinels Of New Dawn com a intenção de soar mais clássico, forte e épico. Esta direção levou a uma sonoridade que remete claramente para os mestres dos anos 80, mas com uma frescura e joie de vivre que é toda sua.

Destaques Musicais

O álbum é elogiado pela sua coesão e pela forma como os membros da banda dominam os diferentes elementos do arsenal metal:

  • "Mountains of Black Sheep": Esta faixa é destacada por começar com linhas de baixo crepitantes e bateria potente, culminando em refrões que evocam o Iron Maiden da "era de ouro" (período Somewhere in Time / Seventh Son), com coros "oh-oh-oh" e uma harmonia cativante. O trabalho de baixo de Hippie Banzai é muitas vezes comparado ao de Steve Harris, sendo audacioso e proeminente.

  • "Technocrats' Tyranny": Considerada uma "exposição quase perfeita do Speed Metal europeu", esta faixa mostra a banda a atingir um nível de loucura controlada, com o baixista e o baterista a entregarem uma introdução wild antes de dar lugar a um solo de guitarra "furioso".

  • "Battalion 31": Um hino marcial e vibrante que é comparado ao estilo mais pesado dos Sabaton antes de se voltarem para um Metal mais direcionado.

  • "Bound To Be King": É descrita como um galope estrondoso que remete para o manual de estratégias dos Iron Maiden da fase posterior.

O Veredito

Sentinels Of New Dawn não é apenas uma melhoria em relação ao álbum de estreia; é uma forte declaração que eleva os Aquilla ao patamar das melhores bandas do Traditional Metal e Speed Metal contemporâneo.

A banda polaca injeta um nível de paixão e energia que torna cada uma das 10 faixas um "assassino". A combinação de riffs potentes de Kris Invader e Jaspar De Phaser, a performance hard-hitting do baterista Pete Slammer, e a versatilidade vocal de Captain Paradox resulta num álbum que é ao mesmo tempo violento, melódico e profundamente enraizado nos clássicos.

Se é um fã do "Metal Verdadeiro" da velha guarda, este álbum é um "clássico instantâneo para o género" e deve encontrar o seu lugar merecido na sua coleção.

Nota: Muito Bom (9.6/10)

Recomendado para: Amantes de NWOBHM, Speed Metal Tradicional e Power Metal Épico (fãs de Iron Maiden, Riot, e Sabaton com mais atitude metal).


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Jet Jaguar - Severance (2025) México

O álbum Severance dos Jet Jaguar, oriundos do México, é um testemunho de resiliência e evolução. Lançado a 24 de Outubro de 2025 pela Steamhammer/SPV, este segundo álbum de estúdio mostra a banda a abraçar de forma mais firme as suas raízes no Metal Tradicional, após uma série de desafios que incluíram mudanças de formação e um acidente de viação.

O título Severance (Separação) é uma referência direta às mudanças de membros, de som e ao crescimento que a banda experienciou desde a sua estreia em 2020. O que encontramos aqui é um Heavy Metal mais cru, real e agressivo do que o álbum anterior.

A Evolução do Som: De volta às Raízes do Metal

Enquanto o álbum anterior, Endless Nights, ainda parecia indeciso entre o Hard Rock mais acessível (Bon Jovi) e o Heavy Metal mais clássico (Helloween, Accept), Severance resolve essa indecisão, mantendo claramente a linha do Heavy Metal.

  • Heavy Metal Tradicional e Melódico: A banda bebe fortemente na fonte da era de ouro do Metal dos anos 80, citando influências como Judas Priest e Iron Maiden. O estilo é caracterizado por canções rápidas, riffs shredder (rasgadores) e um compromisso com o Metal Tradicional.

  • O Novo Vocalista Raiden Lozenthall: A adição mais significativa é o novo vocalista, Raiden Lozenthall, cuja voz é muito mais agressiva e "terrosa" em comparação com a tendência para tons altos de seu predecessor. Esta mudança confere ao material uma maior aderência e profundidade. Raiden também adiciona versatilidade, usando vocais melódicos, mas ocasionalmente incorporando Death Metal Growls.

  • O Elemento Técnico: O álbum está repleto de solos virtuosos e riffs tecnicamente competentes, o que, juntamente com a nova capacidade de realizar solos de guitarra a duas partes ao vivo, sublinha o domínio técnico da banda.

Destaques e Pontos Fortes

  • Velocidade e Abertura: As primeiras faixas, como "Eternal Light" e "Mach 10", são verdadeiros headbangers com ritmos acelerados, riffs marcantes e uma energia otimista, que refletem a atitude de superação da banda ("I will find the light and share it with you!").

  • As B-Sides Clássicas: Duas faixas bónus, "Call of the Fight" e "Hunter", que remontam à primeira demo da banda, são consideradas os verdadeiros destaques do álbum. Estas canções exalam a estética thrash e raging metal das raízes mais selvagens dos Jet Jaguar.

  • Líricas Corajosas: A banda demonstra maturidade lírica ao abordar temas críticos em faixas como "Fool's Paradise" e o conceito do próprio Severance, que explora as lutas pessoais, o crescimento e as críticas à sociedade moderna (notícias falsas, radicalização).

Onde Poderia Melhorar

Apesar de ser um álbum bem composto e dinamicamente agradável, algumas críticas apontam para uma certa inconsistência na qualidade:

  • Momentos Médios: Algumas das faixas do meio do álbum, como "Disposable Minds" e "Anthropocene", são classificadas como Rock/Metal mais "mediano" e previsível, sem oferecerem a mesma garra e criatividade das faixas mais rápidas e dos bónus tracks.

  • Falta de Refrães Super Cativantes: Embora bem composto, o álbum não oferece muitas surpresas nem refrães excessivamente cativantes ou sing-alongs (algo que a banda anterior, por vezes, tentava fazer).

Conclusão

Severance é o som de uma banda de Metal que saiu mais forte das adversidades. Os Jet Jaguar solidificam a sua posição no Heavy Metal Tradicional com um álbum que é maduro, cru e tecnicamente impressionante.

Embora o álbum tenha os seus altos e baixos, com os temas bónus e a abertura a serem os picos de energia, é uma audição recomendada para qualquer fã do género, especialmente aqueles com um olhar atento para a cena Metal da América Latina.

Nota: Bom (7/10)

Recomendado para: Fãs de Heavy Metal tradicional/melódico com uma vertente Speed (Judas Priest, Iron Maiden, Accept) e entusiastas do Metal Mexicano contemporâneo.


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