domingo, 23 de novembro de 2025

Blackyard Riot - It Might Get Loud (2025) Alemanha

It Might Get Loud, o álbum de estreia da banda alemã Blackyard Riot, lançado a 14 de novembro de 2025, é aclamado como uma dose pura e não adulterada de Rock and Roll. A banda, composta por Dersim Tugal (guitarra e vocais), Nico Keener (guitarra rítmica), Patrik Apel (baixo) e Lars Lunova (bateria), é comparada favoravelmente ao Rock australiano (AC/DC, Airbourne) e ao Hard Rock dos anos 80.

O Som: Rock Clássico Agressivo e Feito para Arenas

O álbum é caracterizado por um som apertado, potente e de alta energia, com todos os quatro membros a contribuírem para os vocais de apoio, adicionando profundidade. O som é consistentemente descrito como rápido e divertido.

  • Influência Australiana: A banda traz uma dose surpreendente de Aussie Rock para a sua sonoridade, especialmente em faixas como a faixa-título.

  • Rock N' Roll Pura: É Rock N' Roll direto. O crítico sugere que o álbum não deve ser ouvido no carro, pois certamente resultaria numa multa por excesso de velocidade.

  • Guitarra e Vocais: Dersim Tugal é elogiado por injetar o seu próprio estilo nos riffs que poderiam ser riffs de Angus Young (AC/DC), mostrando talento e originalidade dentro das influências. A sua voz é versátil, variando entre um registo mais baixo ("Higher") e momentos de Hard Rock mais roucos.

  • Secção Rítmica: A dupla Patrik Apel e Lars Lunova é descrita como uma força motriz sólida e coesa, mantendo o ritmo acelerado e constante.

Destaques das Faixas

  • "Rollin' Thunder": Abre o álbum de forma direta e sem desculpas, com riffs familiares, mas que Dersim executa com o seu próprio toque.

  • "All Known Man": A faixa mais rápida e favorita do crítico, um puro Rock dos anos 80 que garante uma experiência divertida e rápida.

  • "It Might Get Loud" (Título): O tema mais parecido com AC/DC no álbum, mas ainda assim fresco e divertido de ouvir.

  • "Higher": Apresenta um registo vocal mais baixo e uma batida ligeiramente mais lenta, dando à faixa uma vantagem moderna. O refrão é simples e repetitivo, ideal para o público.

  • "The Wolf": Oferece um sabor de Dirty Southern Rock com riffs pesados e uma linha de baixo proeminente (walking bass). O vocalista apresenta uma sonoridade que lembra Mick Jagger.

  • "Light Em Up": Possui uma atmosfera instantânea de Arena Rock, com um riff longo e Woa-Oh! Woa-Oh! de fácil participação, perfeito para ser cantado em uníssono.

  • "Hell On Wheels": Encerra o álbum como um mid-tempo glorioso, com toques vocais que lembram Hetfield (Metallica) e guitarras que remetem a Brian May (Queen).

O Veredito Final

It Might Get Loud é considerado um excelente álbum de estreia que certamente estará no Top 10 de 2025 do crítico. A banda Blackyard Riot executa um Hard Rock enérgico e com ótimos hooks, mantendo-se fiel ao espírito do Rock N' Roll clássico, mas com uma produção e atitude modernas.

Classificação: 9.5 em 10

Recomendado para: Fãs de AC/DC, Airbourne, Hard Rock dos anos 80 e qualquer pessoa que procure um álbum de Rock moderno e potente para ouvir em volume alto.


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Sainted Sinners - High On Fire (2025) Internacional

High On Fire, lançado a 21 de novembro de 2025, é o quinto álbum de estúdio da banda alemã de Heavy Hard Rock Sainted Sinners, distribuído pela Rock of Angels Records (agora parte da Reigning Phoenix Music). O álbum, com 10 faixas originais e um cover, tem 47 minutos dedicados a replicar o som do Rock Clássico das décadas de 70 e 80.

O Som: Uma Homenagem Fiel, mas Genérica, ao Hard Rock

A banda é composta por músicos competentes, a gravação é boa, e as canções são bem construídas. No entanto, o crítico aponta a grande fraqueza do álbum na sua extrema dependência das influências clássicas.

  • Rock de Onda Antiga: O álbum é Hard Rock da velha guarda, com fortes pitadas de Rock & Roll e blues.

  • Falta de Identidade: O maior problema apontado é que o álbum não consegue sair das suas influências. A cada início de canção, o ouvinte sente que já escutou aquele riff ou melodia numa música anterior de uma banda conhecida. O crítico sente que está a ouvir um álbum de covers ou uma banda genérica dos anos 80, o que torna fácil perder-se no disco e difícil reconhecer algo único do Sainted Sinners.

  • Estrutura do Álbum: O disco abre com "Crown of Thorns" e termina com um cover de "Who Are You" dos The Who. Embora o cover seja um prazer para a banda (tocando uma influência direta), ele não varia ou muda a versão original, apenas a reproduz.

O Veredito Final

High On Fire é um álbum árido de sensações porque todas as sensações evocadas pertencem a bandas do passado. É um disco de Hard Rock que, apesar da boa execução e gravação, não oferece nada de novo e não consegue estabelecer uma identidade marcante.

Para os ouvintes que procuram Hard Rock old-school com precisão e sem necessidade de inovação, o álbum é satisfatório. No entanto, para aqueles que esperam que uma banda moderna adicione um sabor distinto ao género, o álbum não consegue prender a atenção.

Classificação: 5 em 10

Recomendado para: Fãs de Hard Rock/Rock & Roll clássico (Whitesnake, The Who, Deep Purple) que não se importam com a falta de originalidade.

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Treat - The Wild Card (2025) Suécia

The Wild Card, lançado a 21 de novembro de 2025 pela Frontiers Music Srl, é o mais recente trabalho dos veteranos suecos do Melodic Rock, Treat. O álbum, que sucede The Endgame (2022), é mais um "mimo" para os fãs do género e prova que a formação central da banda – Robert Ernlund (vocais) e Anders Wikström (guitarra) – continua a ser uma força imparável.

O Som: Hard Rock Melódico com Espírito Oitentista

O álbum é uma celebração do Hard Rock da década de 1980, com uma execução moderna e sofisticada. O Treat consegue combinar riffs energéticos com melodias incríveis.

  • Reconexão com as Raízes: O álbum faz uma ponte clara para a fase inicial da banda, o que é evidente na faixa "1985". Esta canção rock otimista serve de retrospetiva, mostrando a razão pela qual o Treat é tão importante para o género. O álbum é visto como a continuação direta e o fecho do que a banda começou com The Endgame.

  • Melodias e Hooks: O Treat é elogiado pela sua enorme capacidade de criar ótimas melodias que ficam imediatamente na mente. Faixas como "Rodeo", orientada para o mainstream, e "Out With a Bang", vibrante e com ótimos ganchos (hooks), demonstram esta mestria.

  • Variedade Dinâmica: A banda explora diferentes tons dentro do Melodic Rock:

    • Lado AOR/Mainstream: "Heaven's Waiting" adiciona um sabor "doce" ao álbum, refletindo o lado mais AOR da música do Treat, assim como "Your Majesty".

    • Lado Mais Pesado: "Hand on Heart" apresenta uma vibração mais escura, com as guitarras em maior destaque, estabelecendo uma conexão com a época em que bandas como Pretty Maids lideravam o Rock escandinavo.

    • Pancada Forte: "Mad Honey" é uma faixa hard-hitting (de batida forte) que possui uma vibração que lembra o Def Leppard, mas soa 100% a Treat. É uma canção dramática que contribui para o excelente flow do álbum.

  • Execução Fina: O álbum é descrito como um trabalho de Melodic Rock superbamente elaborado, com finura suficiente para justificar múltiplas audições. A trivialidade nunca é um problema.

Destaques das Faixas (Lista da Crítica)

  1. "Out With a Bang": Abertura vibrante com ótimos hooks.

  2. "1985": Canção otimista que celebra as raízes da banda.

  3. "Mad Honey": Faixa hard-hitting com toques de Def Leppard.

  4. "Your Majesty": Reflete o lado AOR da banda.

  5. "In The Blink of An Eye": Oferece um swing divertido e brincalhão.

  6. "One Minute to Breathe": O capítulo final potente do álbum.

O Veredito Final

The Wild Card é um álbum altamente recomendado que continua a impressionar com a energia e o talento melódico do Treat. Para os fãs do Rock sueco dos anos 80, este álbum é um "passeio pela memória" feito de forma brilhante, provando que a banda merece o seu estatuto lendário.

Classificação: 8 em 10


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quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Creatures - Creatures II (2025) Brasil

Creatures II, lançado a 14 de novembro de 2025 pela High Roller Records, é o segundo álbum de estúdio da banda brasileira Creatures. O álbum é uma continuação poderosa do seu estilo estabelecido: Heavy Metal/Hard Rock com forte influência dos anos 80.

O Som: Tradição Oitentista e Alta Voltagem

A banda, liderada pelo guitarrista e principal compositor Mateus Cantaleäno e o vocalista Marc Brito, entrega dez faixas (mais dois bonus tracks na versão CD) que honram a estética do metal clássico:

  • Influências Clássicas: O som, os riffs e os vocais remetem diretamente para bandas como o Judas Priest do início e meio dos anos 80 (citado como a primeira referência), Dokken, e Ratt. É um som que mistura a energia do Hard Rock com a crueza do Heavy Metal tradicional.

  • Composição Direta e Cativante: Mateus Cantaleäno (guitarra) é o responsável por toda a música e letras. A sua composição foca-se em canções dinâmicas que misturam riffs com arpejos, combinando refrões cativantes com melodias menores e mais sombrias, um toque que dá profundidade.

  • Execução Profissional: O álbum foi gravado no Heavy Tron Studio e produzido por Cantaleäno e Arthur Migotto. A masterização por Bart Gabriel (conhecido pelo seu trabalho em bandas de Heavy Metal tradicional) garante um som potente e claro, honrando a estética old-school.

  • Vocal e Guitarra: O vocal de Marc Brito é descrito como áspero e potente (rough, powerful voice), complementando perfeitamente os riffs duros de Cantaleäno. A parceria entre eles é considerada frutífera, apontando para um futuro promissor.

Destaques das Faixas

  • "Inferno" (Intro): Abre o álbum com sintetizadores sombrios e um trabalho de guitarra ameaçador, criando uma entrada dramática para o mundo da banda.

  • "Devil in Disguise": Apontada como uma das faixas mais fortes, com a voz de Brito a encaixar perfeitamente nos riffs e na secção rítmica pulsante. É um exemplo de metal clássico que não é previsível.

  • "Beware The Creatures": O single que, para a banda, resume musicalmente a sua essência: músicas dinâmicas que combinam riffs com melodia e refrões marcantes.

  • "Night Of The Ritual": Aprofunda a atmosfera sombria e mística, mostrando a capacidade da banda de contar histórias, abordando motivos de horror e mitologia sem cair no exagero.

O Veredito Final

Creatures II é um sucessor poderoso e bem-sucedido do álbum de estreia. A banda demonstra que não só domina o ofício do Heavy Metal tradicional, mas também lhe confere a sua própria marca, transitando entre a energia do Hard Rock e o peso do Metal clássico.

É um álbum que oferece muito aos fãs dedicados do género e é uma prova de resistência do Heavy Metal tradicional no Brasil.

Recomendado para: Fãs de Heavy Metal Clássico, NWOTHM (New Wave of Traditional Heavy Metal), Judas Priest (era inicial), e Hard Rock com atitude dos anos 80.


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