SILVER CONDOR – SILVER CONDOR (1981) USA
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SILVER CONDOR – TROUBLE AT HOME (1983) USA
Quantos de vós se lembra do evento que ligou a costa leste à costa oeste dos Estados Unidos com um
cordão humano em 1986? Com certeza muitos de vós; estará talvez esquecido, mas já está a começar a preencher a vossa mente. Esse evento, o "Hands Across America", patrocinado pela Coca-Cola, passo a publicidade; Foi um evento que serviu para angariar dinheiro para ajudar crianças desfavorecidas por toda a América, e como tal teve direito a banda sonora, como tantos outros movimentos que proliferaram naqueles anos, como o Live Aid, Hear'n'Aid, Unicef's "song for nadim" entre muitos outros, mas este "Hands Across America" teve como vocalista Joe Cerisano. Joe é apelidado de "o mais famoso cantor anónimo da américa". Conheci a voz de Joe no disco dos Blue Oyster Cult "Imaginos", e ficam já a saber que é um dos meus 10 discos preferidos; em que Joe interpretou a música "The Siege and Investiture of Baron von Frankenstein's Castle at Weisseria". Sempre tive uma curiosidade enorme em conhecer mais da obra de Joe, achei a sua voz poderosissima neste tema, e como tal queria mais, mas como as fontes eram escassas, a vontade foi ficando adormecida até que... me chegaram às mãos estes Silver Condor. A principio disse para mim próprio que não estava na disposição para uma sessão retro, mas o nome Joe Cerisano mudou logo essa indisposição e pôs-me a correr os movimentos e a mente, finalmente iria conhecer algo mais sobre Joe. Decidi expôr aqui um 2 em 1, os dois únicos discos de Silver Condor. No primeiro, que data de 1981, junto com o outro co-fundador da banda além de Joe, o renomeado guitarrista Earl Slick, que chamou Joe para participar neste projecto, entregam-nos um AOR meio rock'n'roll, muito pop e orientado para as rádios, som tipico da costa oeste tal como Journey e seus pares. Ouve-se muito bem, inclusivé temos um mix sonoro de rock and roll com southern popular rock, ou melhor dizendo, country music; "We're In Love" é um fabuloso exemplo do que acabei de referir. Coisas com um sabor a Billy Joel, mas a voz grave de Joe afasta a colagem, mesmo até porque o som é mesmo rocker. 10 temas muito bem construídos, AOR de 1ª qualidade com um vocalista muito similar a Jimmi Jamison dos Survivor; além de que podemos dizer que o som em partes nos recorda também a esse fabuloso grupo. Apesar de ter dado alguns nomes carismáticos da música para melhor identificarem o som e a orientação musical deste grupo, devem ter em atenção que este disco é de 1981, e na realidade, estes foram os percursores de muitos deles, pisaram o trilho em alguns casos 1º que muitos daqueles que vos possam recordar, mas acima de tudo é uma obra excelente e que merece pelo menos uma audição da vossa parte, quanto mais não seja pela lição histórica deste vosso estilo de música preferido. No segundo disco, de 1983, dá-se uma revolução na banda, à excepção de Joe, todos os restantes membros abandonam e para o seu lugar entram entre outros, kenny Aaronson no baixo e aquele que viria a ser a imagem de marca dos Autograph, Steve Plunkett para as guitarras. Não só na banda, mas no som da mesma, este "Trouble At Home" Começa com 2 temas totalmente rock'n'roll, e a linha do disco, apesar de adocicar em alguns temas e impôr um andamento mais radio rock AOR continua Rock'n'Roll, podendo às vezes remeter-vos para alguns temas do já desaparecido Robert Palmer. Neste disco temos alguns ilustres convidados como Rick Derringer e Neal Schon nas guitarras e Clarence Clemons no saxofone para alegrar mais a festa. Sem dúvida um disco festivo e muito bem conseguido, que vos recomendo de ouvidos tapados, como quem diria de olhos fechados, EhEh! Tipico som americano, tanto para bandas sonoras, radio drive, festas com banda ao vivo, que serão talvez o melhor palco para este disco, tem lugar até para uma versão do "When A Man Loves A Woman". Uma palavra para o último tema deste disco, "Holding On (Barely)", que quanto a mim está uns anos à sua frente, fantástico. Fiquei surpreendido com estes dois discos, esperei durante muitos anos por ouvir algo mais forte ou mais heavy como quiserem, de Joe Cerisano, porque o tema que me deixou com tamanha curiosidade, o acima referido dos Blue Oyster Cult assim me deixava a imaginar, mas este tempo adormecido até que foi benéfico, este rock and roll soube-me maravilhosamente bem, e eu que nem estava para aí virado, nestes dias retro não é a minha onda, mas lá apanhei esta e fiz um pipeline daqueles.
McLeod Falou!